Primeira captação de órgãos é realizada no Hospital Dr. José Athanázio
O Poder Legislativo comemorou nesta segunda-feira (13), a realização da primeira captação de órgãos realizada no Hospital Dr. José Athanázio. Para o vereador a data é histórica para Campos Novos. A data também é considerada histórica para a Fundação Hospitalar.
Conforme informações da fundação hospitalar, o processo de doação e transplante de órgãos requer muito amor e empatia por parte dos diferentes profissionais de saúde numa corrida que busca um só objetivo: salvar vidas. Trata-se de um processo complexo, que passa por importantes etapas até renovar a vida de quem tanto precisa de uma doação. No Hospital José Athanazio são realizadas todas as etapas, desde o acolhimento familiar, atendimento ao paciente grave, notificações e diagnóstico de morte encefálica, e se autorizada pela família do paciente com morte encefálica, ocorre a captação de órgãos destinados à doação dentro da própria instituição do HJA. Cada etapa é conduzida pela Comissão Hospitalar de Transplantes do Hospital José Athanázio e coordenada pela Central de Transplantes do Estado de Santa Catarina, localizada em Florianópolis. Iniciada em 2022, a equipe é composta por três profissionais (Enf. Larissa, Dr. Matheus e Dr. Rodrigo Longhinho). Desde o início do processo, foram realizadas duas notificações de morte encefálica e 1 captação com posterior doações de órgãos.
O processo de captação é feito em pacientes que apresentem o quadro de morte encefálica (ME). Inicialmente, há a suspeita de morte encefálica, neste momento é aplicado o protocolo para determinação de ME, seguindo a Resolução CFM nº 2.173/2017, a qual determina que devem ser iniciados em todos os pacientes nos quais haja suspeita de ME, que é definida pela constatação de coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia (parada respiratória) persistente. Diante da suspeita de ME, é iniciado um processo de três testes para confirmar a morte encefálica. Inicialmente, são feitos dois testes clínicos, sendo cada um deles realizado por um médico diferente e devidamente capacitado para determinação da ME. Nestes testes, observa-se se há coma profundo não-perceptível e ausência de reflexos do tronco cerebral. É realizado também por um destes médicos, o teste de apneia. Após os 2 testes, é feito 3⁰ e último que avalia a presença ou ausência de circulação cerebral. Trata-se de um exame complementar, que pode ser um doppler transcraniano (ultrassonografia dos vasos cerebrais), eletroencefalograma, cintilografia cerebral ou arteriografia digital cerebral. Para confirmação de morte encefálica, os três testes devem apresentar resultados concordantes. Enquanto todo o processo se desenvolve, o paciente é mantido na UTI sob cuidados especiais para garantir a saúde dos demais órgãos caso seja optado pela doação de órgãos.
Confirmado o diagnóstico de ME, a Comissão Hospitalar de Transplantes do HJA informa a Central Estadual de Transplantes (CET) e realiza uma entrevista com a família, a qual envolve o acolhimento familiar, a comunicação do óbito e oferta da possibilidade de doação de órgãos ao ente falecido, caso não haja contraindicação.
Havendo autorização por parte da família, dá-se início ao processo de preparo do paciente para a captação de órgãos e desloca-se ao HJA, a equipe cirúrgica da Central de Transplantes de Santa Catarina a qual realizará todos os procedimentos necessários dentro do centro cirúrgico do HJA.
Fonte e foto: Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio.