Vereadora Celina sugere homenagem póstuma ao Padre Benjamin
Sacerdote nos deixou no último domingo, dia 05, aos 98 anos de idade
A população camponovense está em luto pela partida do Padre IGINIO BENIAMINO BASSO, o querido Padre Benjamin, aos 98 anos de idade. O sacerdote que faleceu no último domingo, 05/06, na cidade gaúcha de Passo Fundo, foi transladado para Campos Novos, velado no Santuário de Nossa Senhora Aparecida e enterrado no Cemitério local. Diante de toda contribuição por ele dedicada ao nosso município, a Vereadora Celina Manfroi Cassiano, por meio da Indicação 229/2022, solicitou ao Poder Público Municipal para que seja feita uma homenagem de denominação de logradouro ou obra pública com o nome do Padre. Solicitação esta, aprovada por unanimidade pelos vereadores durante a 26ª Sessão Ordinária, realizada na noite da última terça-feira, dia 08 de junho.
Com o embasamento no levantamento histórico realizado pelo Jornal O Celeiro (veja abaixo), Celina aborda em seu relato, a trajetória de vida do Padre Benjamin, desde o seu nascimento na Itália, passando pelas obras e missões realizadas no Brasil e no Paraguai. Por onde passou, Padre Benjamin colecionou amigos, admiradores e seguidores, era um sujeito simples e de bem com a vida, amante da cultura gaúcha, que adorava a dança e o bom churrasco.
Padre Benjamin foi importantíssimo para o desenvolvimento do tradicionalismo gaúcho em Campos Novos, prova disso é que ele foi o responsável pela criação do Centro de Eventos Galpão Crioulo e ainda por volta de 2000 auxiliou na conclusão da construção do Salão Paroquial.
Igínio Beniamino nasceu na Itália, numa família muito religiosa, aos pés do Monte Grappa, em 29 de junho de 1923, dia de São Pedro. Último dos doze irmãos, 10 homens (dois padres) e duas mulheres (religiosas), foi batizado com o nome Beniamino Pietro. Como ele mesmo registrou, “gostava dos campos, das lavouras, dos animais e das montanhas”. Aos 14 anos ingressou no Seminário dos Padres Scalabrinianos e, em 18 de junho de 1950, aos 27 anos, tornou-se padre missionário.
Em certa ocasião, o Pe. Benjamin disse: “meu destino era o Brasil que eu desejei, me senti muito feliz quando me confirmaram. Cheguei dia 20 de setembro de 1950, fui para Sarandi (RS), onde fiquei dois anos”. Depois disso, o sacerdote foi enviado para Vespasiano Corrêa, onde permaneceu por nove meses, sendo indicado posteriormente para atuar na cidade de Anita Garibaldi (SC), por um ano. Em 1954, o Pe. Benjamin chegou a Erval Velho (SC), onde construiu, com a ajuda da comunidade local, a gruta Nossa Senhora de Lurdes e a Igreja de São Sebastião.
Em 1963 o Pe. Benjamin foi transferido a Passo Fundo, onde participou da organização da Paróquia São José Operário. Em situações precárias, não tendo lugar para residir, inicialmente morou no Hospital São Vicente de Paulo, atuando como capelão noturno. Posteriormente, em março de 1964, dia de São José, passou a morar na antiga igreja de madeira, em duas peças mobiliadas pelas senhoras do Apostolado da Oração. No Livro Tombo da Paróquia ele escreveu: “como não tinha cozinha, a família do senhor Rodolfo e Elaine Madalosso, com caridosa delicadeza, me convidaram para ser o seu hóspede nas refeições diárias, como fosse um membro da família”.